Esta interessante missão pode ser seguida em :
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Uma equipa de investigadores portugueses participa, até final do mês, numa missão no Oceano Árctico, onde foram descobertas fontes hidrotermais submarinas, informou hoje a Reitoria da Universidade de Lisboa.
A intenção da perfuração é conhecer a crosta abaixo do fundo do mar, a população de micróbios que vive no interior dessa crosta (a designada biosfera profunda) e eventuais depósitos minerais, revela a Universidade de Lisboa.
O projecto inclui, além da equipa portuguesa, investigadores da Noruega, Suécia, Suíça e França.
Os cientistas pretendem analisar os minérios a descobrir (nomeadamente sob a forma de chaminés hidrotermais) bem como partículas hidrotermais dispersas nos sedimentos e estudar os sedimentos química e mineralogicamente.
O objectivo deste procedimento é detectar eventuais “condições favoráveis ao desenvolvimento da biosfera profunda e de sinais de actividade hidrotermal escondida sob os sedimentos”.
“Colher amostras de rochas vulcânicas que possam conter inclusões fluidas de magma aprisionado durante a formação das rochas” é outra das metas desta iniciativa.
Segundo comunicado da Universidade de Lisboa, “a biosfera profunda, um dos principais objectivos do projecto, é uma das maiores descobertas da ciência das últimas décadas”.
“Temos hoje a percepção de que a biomassa dos micróbios que constituem este verdadeiro submundo de ‘intraterrestres’ é comparável à da biosfera convencional, facto de que não se tinha qualquer conhecimento há uma década atrás”, acrescenta a nota de imprensa.
A missão está dividida em duas partes, uma primeira, que teve início em Tromso, no Norte da Noruega, a 29 de Junho e que decorreu até à passada quinta-feira.
Neste primeira etapa participaram os portugueses Fernando Barriga, director do Museu Nacional de História Natural, professor do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e coordenador da parte portuguesa do projecto, e Rita Fonseca, docente na Universidade de Évora e directora do AmbiTerra, um laboratório especializado em análises de solos e sedimentos, com um pólo em Évora e outro em Lisboa.
Na segunda parte, que teve início sexta-feira também em Tromso e termina no dia 29 em Bodo (Noruega), estão presentes os doutorandos Álvaro Pinto, técnico superior de Mineralogia e Geologia do Museu Nacional de História Natural – que ficará encarregue do estudo, sobretudo microscópico, dos edifícios hidrotermais que forem descobertos – e Ágata Dias, que estudará a componente hidrotermal dos sedimentos.
Participam ainda no projecto Jorge Relvas, professor de Recursos Minerais e Mineralogia do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, sobretudo para o estudo dos edifícios hidrotermais, e Ana Filipa Marques, actualmente envolvida num projecto pós-doutoral com a Universidade de Toronto, onde se especializa no estudo de inclusões fluidas magmáticas.
Todos os investigadores pertecem igualmente ao Centro de Recursos Minerais, Mineralogia e Cristalografia, uma unidade de investigação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, integrada desde 2001 no laboratório associado Instituto de Pesquisa de Sistemas, e que desenvolve muitas actividades em parceria com o Museu Nacional de História Natural.
A missão decorre a bordo do navio oceanográfico norueguês G.O. Sars e utilizará um Veículo Operado Remotamente ARGUS, para profundidades até 6.000 metros, idêntico ao que está a ser adquirido pela Estrutura de Missão para Extensão da Plataforma Continental.
HSF.
Lusa/fim
Esta notícia foi retirada a 23/07/2008 no endereço http://www.universia.pt/servicos_net/informacao/noticia.jsp?noticia=47725