A deformação por cisalhamento tende a localizar-se em zonas ou bandas. Este tipo de deformação localiza-se em zonas de fraturas de cisalhamento e nas falhas que se formam em regime rúptil (frágil). Localizam-se também em regime plástico.
Estas zonas de cisalhamento são estruturas importantes e, em geral, contêm estruturas internas que refletem o tipo e a história de deformação, sendo importantes na compreensão do desenvolvimento tectónico de uma determinada região, Foto 1.
Foto 1 – Fácies metamórficas onde ocorrem as rochas miloníticas.
O que é um cisalhamento?
Uma zona de cisalhamento é uma zona tabular onde a deformação é maior que a deformação das rochas em seu redor. De acordo com o tipo de deformação as zonas de cisalhamento podem ser classificadas em zonas de cisalhamento puro, zonas de cisalhamento subsimples e zonas de cisalhamento simples.
Uma zona de cisalhamento é limitado por duas margens ou paredes da zona de cisalhamento, que separam a zona de cisalhamento de dois blocos adjacentes.
A deformação é máxima na zona central de cisalhamento, Foto 2.
Foto 2 – Zona de cisalhamento dúctil entre dois encaixantes rígidos. Um agregado equigranular de mineras claro e escuros é convertido num agregado de granulação fina deformada. Os mecanismos de deformação dependem da temperatura, da pressão, reações metamórficas, cimentação, taxa de deformação e quantidade de fluidos disponíveis, além da distribuição dos minerais e das suas propriedades ao longo da zona de cisalhamento. Estes fatores podem variar ao longo do tempo devido a mudanças das condições físicas.
Nas áreas centrais das zonas de cisalhamento plástico a deformação é alta a ponto de achatar e traspor totalmente as texturas e estruturas preexistentes. As rochas tornam-se fortemente bandadas e são denominadas de Milonitos.
Milonitos
O termo milonito criado em trabalhos pioneiros na zona de cavalgamento de Moine, na Escócia. Durante o século XX foi utilizado com dois significados diferentes. A palavra é originária do latim e refere-se à moagem ou fragmentação em pequenos pedaços. Os milonitos são formados principalmente por mecanismos de deformação plástica.
O termo milonito é aplicado atualmente a rochas fortemente deformadas, que passaram por redução da sua granulação em consequência de deformação plástica, ao passo que o termo Cataclasito é usado quando o fluxo cataclástico é dominante. A catáclase pode ocorrer durante a milonitização, se o feldspato for fragmentado em matriz onde o quartzo foi plasticamente deformado, Foto 3.
Foto 3 – Distribuição de diferentes tipos de “rochas de falhas” com a profundidade na crosta o longo de uma zona de cisalhamento transcorrente principal.
Os milonitos, Foto 4, são divididos em três subgrupos, dependendo de quanto a matriz original permanecer intacta (não recristalizada):
- Protomilonito: < 50 da matriz (cristais neoformados)
- Milonito: 50 – 90% da matriz
- Ultramilonito: > 90% da matriz (cristais neoformados)
A transição do protomilonito, passando por milonito até ultramilonito é reconhecível em muitas zonas de cisalhamento, mas a sua identificação é mais difícil em rochas que foram expostas a processos orogénicos anteriores.
As características dos milonitos variam em função da pressão, temperatura, composição mineralógica, presença de fluidos e taxa de deformação.
Foto 4 – Milonitos (Maciço Armoricano – Bretanha, França)
Fontes consultadas:
Muito bom. estou bem desatualizado sobre a nomeclatura, pois estou fora da área a muito tempo. Aos poucos voltando para área e pesquisando sobre geologia.
Muito bem, efetivamente começoa ficar desatualizado com o vocabulário geológico mais recente e a evolução dos significados dos termos que conhecia, milonito cai num desses casos, apenas os via como cataclasistos e e por isso algumas incoerências que detetatva na Geologia de Portugal que ando a ler.